Picada por um inseto desconhecido

Acordei sábado em Moshi, Tanzânia, cidade base para o trekking no Kilimanjaro, com uma ardência no rosto.

Minha face estava pegando fogo. Olhei-me no espelho, uma extensa mancha vermelha do lado do olho esquerdo, que ainda parecia estar em pleno processo alérgico.

Não dei muita importância. Decidi seguir meus planos de subir o Kilimanjaro no dia seguinte. Fui à operadora, pela manhã, e fechei o trekking. À tarde, a vermelhidão e ardência pioraram, foi quando decidi consultar um médico. Seria imprudente subir o Kilimanjaro (seis dias em alta montanha) sem checar primeiro a real extensão do meu problema.

Até então, não havia usado minha assistência de viagem. Liguei a cobrar para Intercare no Brasil. Atenderam prontamente e prometeram atendimento médico em até 24 horas. Expliquei a situação, falei que precisava de atendimento àquela tarde, porque no dia seguinte iria subir uma montanha. Para a minha surpresa, em duas horas eu estava sendo consultada. Moshi é uma cidade pequena. Não estava muito esperançosa de conseguir atendimento tão rápido. Foi uma ótima surpresa!

Em uma hora e meia, já era noite, chegou o francês Romain, representante da Intercare em Arusha, cidade de maior porte próxima a Moshi, com seu batalhão da paz para me salvar (risos). Junto com Romain, vieram dois homens africanos e fomos juntos ao hospital.

Antes de eles chegarem, enquanto esperava deitada na cama do meu quarto no hotel, me questionei o que eu estava fazendo ali sozinha, no meio da África, sem falar inglês fluentemente… Nessas horas de doença, a gente sempre dá uma balançada… E berra bem alto consigo mesmo: “Eu quero a minha casa!!!” (risos).

Chegando ao hospital Kilimanjaro, Romain me acompanhou na consulta, que foi inimaginável, cena de filme. Eu me senti sendo telespectadora do filme da qual eu era protagonista. O médico que me atendeu não conseguiu identificar qual inseto me picou. Disse que na África não dispunham deste tipo de exame. Romain inquiriu o médico de todas as formas para assegurar que o diagnóstico dos meus sintomas estava correto. Não satisfeito, ligou para um médico francês (creio que seu amigo) lá na França (acredite se quiser! risos) para se certificar da correção do diagnóstico e medicamentos. O médico africano falou ao telefone com o médico francês. Enquanto isso, eu ali, quietinha, assistindo a tudo. Foi interessante… O médico francês confirmou o prognóstico do médico africano. E, pronto, fui liberada!

Mas vocês sabem, né? Sou mulher, como toda mulher sou vaidosa e me preocupo com a beleza (risos). Assim, decidi adiar o trekking ao topo do Kilimanjaro.

Minha preocupação genuína (!): ficar com uma mancha escura no rosto, em virtude dos intensos raios solares em altas altitudes refletidos na minha delicada pele 🙂

Nesses dias, aproveitei para fazer um safári, que, aliás, foi outra real experiência africana (risos). Contarei sobre isto depois. As agências de turismo prometem aos seus clientes vivenciarem a “real Africa experience”. Acho que, nos últimos dias, eu a tenho vivenciado bem de perto…. (risos). Os outros mochileiros, que encontro por aqui, têm se divertido com as minhas “real Africa experiences”. Dizem que, assim, é mais divertido. Tenho história para contar. É mole?!

Bem, se eu não ficar com a mancha no rosto, tudo bem.

Amanhã, vou subir o Kilimanjaro.

Ai! Que frio na barriga!!!

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